Têm sido identificados diversos fatores que, embora não sejam causa direta da enxaqueca, parecem contribuir para o desencadeamento ou agravamento das mesmas.

Fatores alimentares a par do stress (ansiedade, preocupação, irritabilidade), privação do sono, oscilações hormonais, fatores ambientais (alterações meteorológicas, viagens prolongadas ou exercício físico), exposição a cheiros fortes, exposição a luz ou ruídos intensos, são frequentemente apontados como possíveis desencadeadores de enxaqueca. Estes fatores são diferentes em cada pessoa e podem ir variando ao longo da vida.

A obesidade e o sedentarismo são também possíveis fatores de risco para agravar as crises de enxaqueca dada a sua relação com inflamação, insulino-resistência, entre outros.

Apesar de controverso e diferente em cada pessoa, parecem existir determinados fatores alimentares implicados na gestão da enxaqueca – triggers ou “gatilho” da enxaqueca.

Os gatilhos mais comuns na enxaqueca são:

  • irregularidades nos horários das refeições – jejuns prolongados
  • desidratação
  • consumo de bebidas alcoólicas – especialmente vinho tinto e cerveja
  • bebidas com cafeína – como café, chá ou bebidas à base de cola
  • chocolate
  • citrinos
  • alimentos ricos em tiramina – como carnes curadas e conservas
  • queijos envelhecidos ou amadurecidos – como cheddar, gouda, brie ou parmesão
  • comidas asiáticas – como miso, tempeh e alimentos preparados com molho de soja ou glutamato monossódico (MSG).

A identificação destes gatilhos pode ser desafiante dada a multiplicidade de fatores implicados na enxaqueca. Existem assim várias abordagens alimentares que podem ser aplicadas, devendo sempre considerar-se aquela com que cada pessoa mais se identifica.

Dicas

Alguns cuidados a ter em conta no dia-a-dia:

  • Manter-se hidratado
  • Não saltar refeições, fazendo uma refeição a cada 3h/4h
  • Garantir a ingestão de fruta e legumes diariamente
  • Substituir alimentos refinados como pão branco, bolachas e barras de cereais ou flocos açucarados pela versão integral, atendendo à lista de ingredientes (identificar adição de açúcar ou outro substituto bem como de gordura, sódio, entre outros)
  • Limitar o consumo de gordura saturada e hidrogenada em função do consumo de gorduras saudáveis presentes em frutos oleaginosos, sementes, azeite e óleos vegetais (amendoim, soja, girassol, milho, etc.) e peixes gordos como sardinha, salmão ou cavala.
  • Limitar o consumo de sódio a um nível diário inferior a 5 gramas. Considere-se que grande parte do sal consumido no dia a dia provém de alimentos processados e prontos a consumir, para além do sal adicionado no momento da confeção

Por fim, e não menos importante, manter-se ativo por forma a reduzir o nível de stress e a manter o peso num valor saudável.

(Nutricionista: Ana Rita Pereira (2710 N). Clinical Director em Holmes Place Tejo)